“É cultura que resistiu ao tempo, patrimônio da gente, guerreiro valente, o maior movimento. O samba é do morro e do asfalto, de roda e de palco se fez carnaval (…), o nosso samba é de quintal. Ele enverga e não quebra, é duro na queda, Especialista em sobreviver. O samba tem raiz, e vem lá da senzala o canto que embala todo esse país. Se despiu dos farrapos transformando trapos, em risca de giz. Derrubou ditadura sem qualquer armadura, sem perder a candura ao mundo encantou. Batam palmas, por favor” – Samba de Quintal
Das rodas de samba de quintal, na cidade de Campinas, e do sonho e dos batuques dos irmãos Sotil nasceu o Grupo Casa Caiada.
Em seus 14 anos de trajetória, eles já realizaram shows para empresas como Hyundai e Land Rover, e uma turnê memorável na Angola, onde conquistaram o público com muita espontaneidade e talento.
Mas antes de passar o paninho na mesa, separar a caixa de fósforos, as cervejas e preparar aquela feijoada, vamos conhecer mais deste grupo que carrega história.
A história por trás do Casa Caiada
A partir de um projeto que aproximou o samba de suas raízes, realizado dentro de uma casa caiada, a música se tornou parte do sonho desse grupo. O repertório baseado em rodas de samba e músicas de matrizes africanas busca levar para o palco a inspiração na história enraizada do gênero musical no país.
Durante os anos, a formação foi mudando conforme a necessidade, dando espaço à novas vozes e talentos, sempre diante do convívio com as rodas de Samba onde se comunga com os amigos e valoriza o cancioneiro local, e assim as pessoas se conhecem e se integram ao projeto. Hoje a formação é composta por Sila Sotil, Bruno Sotil e Gustavo Moscardini.
Sendo o samba algo inevitável dentro do brasileiro, o Grupo Casa Caiada busca externar essa imagem e dar continuidade às raízes. Desde sua identidade presente na língua, na música e na arte, levando a história e a importância social do samba como um ato de resistência dentro da cultura.
Dar voz ao inevitável: O Samba
A missão do Casa Caiada é dar voz ao inevitável, que é fazer samba onde o brasileiro ouve e vive isso. Surge, principalmente, da vontade de contribuir para a energia inerente desse povo.
Para um de seus idealizadores, o samba é tratado como um meio de manter uma postura e respeitar os ancestrais. “Se hoje tocamos samba em qualquer lugar é porque veio muita gente abrindo as portas para que possamos fazer isso e não foi fácil”, afirma Sila.
Dentro dos ideais do grupo, é necessário reverenciar quem veio antes de você, prestando homenagens aos seus criadores, louvando e mitificando o artista que hoje pode ser conhecido como o sambista de “velha guarda”.
O repertório alegre e contagiante homenageia justamente isso, põe em evidência a arte de quem abriu o espaço e tornou possível fazer a música.
Nada é maior que a própria canção
Para o grupo a canção é uma entidade a ser respeitada, como se tivesse vida. Os arranjos vocais, uma das marcas mais fortes, criam a abertura do quarto elemento do trio, enfatizando a música.
A canção surge de uma ideia e para eles nada é maior que isso. “A ideia presente na cabeça de alguém ecoou ao mundo através da voz”.
Hoje, o maior sonho do Casa Caiada envolve viver da arte. Para Sila, ser respeitado e as pessoas entenderem a importância disso é fundamental, afinal a arte transforma: “A arte transforma a arte salva, nos tira de lugares obscuros que a vida nos coloca constantemente. É preciso dançar, cantar, desenhar, imaginar.”
Com a parceria de sucesso com a Acorde Cultural, a musicalidade cheia de história deste marcante grupo pode estar presente em seu memorável evento. Conheça mais!